Conhecendo um pouco da história do Brasil. “Lampião e seu bando”
Conhecendo um pouco da história do Brasil.
“Lampião e seu bando”
Desde o início do século 20, já existia no sertão brasileiro o que ficou conhecido como “Cangaço”.
Porém, em meados dos anos de 1920 surgiu um bando que levou o terror por todo o sertão de quase todos os estados do nordeste e este bando ficou conhecido como o bando de Lampião. Lampião era o apelido de Virgulino, que ganhou este apelido, por causa do rifle Winchester 44, que no nordeste era chamado de “lampião”.
O bando de Lampião, que usava rifles, revólveres, facões, facas e foices, chegou à ter em média 40 cangaceiros e a primeira mulher que entrou no bando, foi exatamente a companheira de Lampião, Maria Bonita. Durante seu auge pelo nordeste, o bando tinha como sucessor imediato de Lampião e Maria Bonita, os cangaceiros Corisco e Dadá (mulher). Lampião, que tinha um problema no olho direito, era muito sofisticado, pois só usava lenços de seda, perfume francês e era viciado no whisky “White Horse”. Além disso reza a lenda, que durante anos o seu grupo, que agia de forma agressiva e cruel para saquear, foi “protegido” em suas ações pelo nordeste, por fazendeiros ricos e políticos. Em meados dos anos 30 e sob pressão do governo federal, os governos estaduais começaram então uma longa cassada ao bando, que terminou no dia 28/07/1938, quando através de uma “denúncia anônima”, o grupo foi descoberto descansando num grotão, na região de Angicos em Sergipe.
A polícia (chamada de macaco pelos cangaceiros), chegou às 5 horas de uma manhã chuvosa e de surpresa atacou o bando com o uso de metralhadoras. O primeiro a morrer foi o próprio Lampião, muitos outros conseguiram fugir com a dupla Corisco e Dadá, mas os 10 que estavam junto à Lampião, incluindo Maria Bonita, foram mortos e depois decapitados. Alguns policiais daquela época que participaram desta “empreitada”, contaram que Maria Bonita, Quinta-feira e Mergulhão, foram decapitados ainda vivos, apesar de gravemente feridos. Na relação dos onze mortos na foto acima constam: Lampião, Maria Bonita, Enedina, Luiz Pedro, Elétrico, Moeda, Alecrim, Colchete, Quinta-feira, Mergulhão e Macela. Após a morte, os policiais saíram com as 11 cabeças à mostra, por todas as cidades por onde passavam, até Salvador.
Corisco e o restante do bando quando souberam disso, retaliaram da mesma forma ou seja, enquanto saqueavam, também decapitavam. Corisco foi morto em 1940 com outros do bando e Dadá, mesmo sem uma das pernas, viveu ainda por muitos anos.
Por Marcelo Dilla, escritor, cronista, músico e historiador.