A banalização do marketing
No vasto cenário contemporâneo, onde as vozes se multiplicam e os produtos clamam por atenção, o marketing emergiu como a ferramenta essencial para destacar o que se quer vender. Contudo, nesse mar de mensagens, a promessa do “Maior” e do “Melhor” começou a perder seu brilho, tornando-se um reflexo pálido de um ideal que já não nos convence.
A banalização do marketing não é apenas a repetição incessante de superlativos, mas a erosão da confiança. Quando tudo é proclamado como o “Maior” ou o “Melhor”, essas palavras, que deveriam carregar um peso de excelência e distinção, se esvaziam de significado. Tornam-se meros adornos de discursos vazios, falhas tentativas de capturar nossa atenção saturada.
Nesse contexto, a desconfiança torna-se uma resposta natural e até saudável. É a resistência do nosso espírito crítico frente à manipulação e à superficialidade. Se outrora essas palavras nos inspiravam e nos guiavam, hoje, são recebidas com ceticismo. Afinal, quantas vezes fomos seduzidos por promessas grandiosas, apenas para descobrir a mediocridade por trás delas?
Filosoficamente, a banalização do marketing nos convida a uma reflexão mais profunda sobre a autenticidade. O que buscamos verdadeiramente nas nossas escolhas e nos nossos consumos? Será que estamos prontos para aceitar menos ruído e mais substância, menos promessa e mais entrega real?
Há uma beleza sutil na simplicidade e na verdade nua e crua. Talvez o maior desafio do marketing contemporâneo seja redescobrir essa beleza, voltando-se para a honestidade e a transparência. Pois, no fim das contas, não é o superlativo que convence, mas a integridade e a conexão genuína. E, nesse redescobrimento, talvez encontremos o verdadeiro “Maior” e “Melhor” – não nas palavras, mas nas experiências que realmente tocam e transformam.